A modelagem financeira como ferramenta de gestão empresarial

16/07/2019

Nos últimos tempos temos ouvido ou visto com frequência o termo "modelagem financeira" como ferramenta de gestão empresarial. Inclusive muitas empresas que contratam profissionais para as áreas de finanças têm exigido conhecimentos em modelagem financeira.

Desta forma, o objetivo desse artigo é desmistificar o que é modelagem financeira na prática e como usá-la como insumo do processo de gestão empresarial.

Bom, vamos lá! O que significa na prática modelagem financeira? A modelagem financeira nada mais é do que a representação da organização em menor escala sob a perspectiva financeira. Fazer a modelagem financeira significa desenhar a estrutura da organização e demonstrar como se comporta sua movimentação financeira para que ela consiga atingir os seus objetivos. A modelagem financeira é desenhada e acompanhada pela área de Controladoria (ou FP&A) da organização. Para a estruturação da modelagem financeira, a organização deve:

1. Ter claro seus objetivos, ou seja, onde deseja chegar;

2. Fazer um mapeamento da estrutura organizacional da empresa e entender quem é que responde por cada atividade dentro da organização;

3. Ter suas estratégias bem definidas. Ter clareza sobre o que vai ser feito para atingir seus objetivos e chegar onde almeja;

4. Definir suas estratégias levando em consideração disponibilidade de dinheiro e tempo (recursos que são limitados);

5. Ter comunicação clara e objetiva entre os tomadores de decisão e as demais esferas da organização, tática e operacional, de forma que cada membro conheça os objetivos da empresa e entenda seu papel / sua contribuição para que ela alcance seus objetivos.

A modelagem financeira deve considerar:

1. O momento da empresa e sua estratégia;

2. A margem de contribuição de seus produtos ou serviços, com o detalhamento das receitas e os custos/despesas que estão associados à cada um deles;

3. A capacidade operacional instalada;

4. Os critérios que definirão a utilização dos recursos tempo e dinheiro, dada sua limitação;

5. As premissas orçamentárias;

6. O resultado operacional e a liquidez financeira da organização.

É importante compreender que a modelagem financeira deve primordialmente refletir a capacidade de geração de resultado da operação e a liquidez dos recursos financeiros da organização (ou seja, se há capacidade de reinvestimento dos recursos ou necessidade de aporte de recursos).

O processo de desenho da modelagem financeira é bastante rico para organização, uma vez que permite aos participantes entender e resgatar o histórico da trajetória organizacional e se aprofundarem no core business e no mercado no qual a empresa está situada. Além disso, será possível não apenas entender o passado, como prever/projetar o futuro da organização em bases sólidas.

Agora que entendemos um pouco sobre modelagem financeira, gostaria que refletissem se a organização em que trabalham têm uma modelagem financeira definida. Se sim: como é esse processo? Quais pontos estão bem estabelecidos e há pontos à serem aprimorados? E se não: quais itens a organização precisa incorporar e evoluir para que desenvolva a sua modelagem financeira?

Camilla Magrini, economista, mestre em Economia Política pela PUC-SP, com experiência de 16 anos em finanças empresarial e sócia fundadora da CR Moving

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